16.10.06

Zorro em Cabo Verde... a caminho da América!

Acabei de ler o livro Zorro, o Começo da Lenda, onde Isabel Allende, a autora, lhe “fabrica” um passado extraordinário, explicando de onde e como surge o herói. É uma obra de ficção, que tem como pano de fundo o que aconteceu no mundo (América e Europa) entre 1790 e 1815. Para os amantes da escritora, de história e fãs incondicionais de Zorro (a raposa) e suas aventuras, recomendo. Agora, que me desculpem pirataria, mas não resisti a copiar um pouco da pagina 310 do livro… é a parte que toca a Cabo Verde. Passa-se em 1815 e vamos encontrar Diego de la Vega, Zorro, a caminho da América, Baja Califórnia, depois de ter passado cinco anos em Espanha, consolidando a sua educação de futuro Don.
“(…) Impulsionado pelas correntes oceânicas e pelos ditames do vento, o Madre de Dios dirigiu-se para sul bordejando Africa, passou frente às ilhas Canárias sem parar e chegou a Cabo Verde para se abastecer de agua e alimentos frescos, antes de iniciar a travessia do Atlântico, que podia durar mais três semanas, dependendo do vento. Ali souberam que Napoleão tinha fugido do seu exílio na ilha de Elba e entrara triunfalmente em França, onde as tropas, enviadas para lhe barrar o caminho até Paris, se haviam passado para o seu lado. Recuperara o poder sem disparar um único tiro, enquanto a corte do rei Luís VXIII se refugiava em Gant, e dispunha-se a reiniciar a conquista da Europa. Em Cabo Verde os viajantes foram recebidos pelas autoridades, que ofereceram um baile em honra das filhas do comandante, como as meninas De Romeu foram apresentadas. Muitos funcionários administrativos eram casados com belas mulheres africanas, altas e orgulhosas, que se apresentaram na festa vestidas com um luxo espectacular. Em comparação, Isabel assemelhava-se a um cão lãzudo e até a própria Juliana quase parecia insignificante. Essa primeira impressão mudou por completo quando Juliana, pressionada por Diego, aceitou tocar harpa. Havia uma orquestra completa, mas, mal ela feriu as cordas, fez-se um silêncio no grande salão. Um par de baladas antigas bastou-lhe para seduzir todos os presentes. Durante o resto do serão, Diego teve de se pôr em fila com os restantes cavalheiros para dançar com ela.
Pouco depois, o Madre de Dios desfraldou as velas, deixando para trás a ilha. (…)”
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Sem dúvida um CaboVerde alternativo e/ou de ficção… ou não? Vamos verificar?