21.10.08

Este blog foi...
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"Meu Cabo Verde. História e Estórias. Minhas raízes, família e recordações. A Guiné. Pensamentos e Imagens. Sem ordem cronológica."
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Ficam os posts, os links e uma tag list para algum eventual "sgrôvet".
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Bem hajam!

2.10.08

Rose is a rose is a rose is a rose
Loveliness extreme.
Extra gaiters,
Loveliness extreme.
Sweetest ice-cream.
Pages ages page ages page ages.
Gertrude Stein
Happy Birthday Rorosinha!

1.10.08

Cabo Verde em 1699 - Ilustrações de Duplessis

"Em 1699, uma pequena esquadra composta pelos navios Le Phèlippeaux (...), Le Comte de Maurepas (...), corveta La Bonne Nouvelle (...) e a flûte Le Nécessaire (... que se perdeu depois ao regressar a Port-Louis), intentaram uma “viagem comercial” ao Pacífico, fazendo escala em Cabo Verde, Rio de Janeiro, no Brasil e cruzando o Estreito de Magalhães, passaram ao Oceano Pacífico. A expedição saiu de La Rochelle a 27 de Dezembro de 1698 e, após 67 dias de viagem, a 22 de Janeiro de 1699, avistaram a ilha de Maio em Cabo Verde. A bordo de Le Comte de Maurepas embarcou o engenheiro Duplessis, que escreveu o diário de bordo, ilustrando-o com vistas de Cabo Verde e de peixes e aves, que aí encontraram."
São vinte e tal belíssimas ilustrações que podem ser consultadas em arquipelagos.pt (precisamente aqui e aqui), site esse rico em imagens e mapas antigos das ilhas. Recomendo explorar com calma. Penso que as aguarelas de Duplessis são um encanto, tanto pelos detalhes como pela cor. Publico umas tantas e aproveito para chamar a atenção para a grande diferença de povoamento que havia, na época, entre a Ribeira Grande e a Praia. Já sabia que assim o era mas "ver" é sempre interessante. (clicar nas primeiras 2 imagens).
"Poisson qu’on appelle Grande Gueulle - Peixe chamado Garoupa de pintas apanhado na ilha de S. Vicente. Têm tamanhos diferentes, pele dura, vermelha e malhada de azul."

"Oyseau qu’on appelle Foux - Ave chamada Boba (Alcatraz) porque se aproxima tanto do homem que, em certas ilhas, é morta á paulada. Nós matámo-la com um tiro de espingarda, na ilha de S. Vicente. Estas aves vivem apenas de peixe, sobre o qual se lançam, lá do alto, a toda a velocidade, como o gavião sobre a presa. São do tamanho de um ganso, muito gordurento e com um gosto a água choca."

"Vue de l’île de S. Nicolas lors quelle vous reste a deux lieues au Nord."

25.9.08

1953 - Portaria contra "aquilo que não pode ser"

O amigo Escurinho enviou-me esta pérola por e-mail...

7.8.08

1585 - A frota de Sir Francis Drake na Ribeira Grande, Santiago

Para visualizar melhor... aqui

A imagem acima representa a Ribeira Grande em 1585. Foi desenhada por Baptista Boazio e publicada, juntamente com outros três "eagle eye views", no livro ”A summarie and true discourse of Sir Francis Drake's West Indian Voyage”, em 1588/9, em Londres. Mais detalhes sobre o mapa aqui e aqui. E num outro site sobre o "The Caribbean Raid, 1585-1586" pode ler-se:

"Drake's fleet of seven large ships and 22 smaller vessels sailed from Plymouth on September 14th, 1585; stopped at Bayona and Vigo on the northwest coast of Spain (Oct. 1-11), and reached Santiago in the Cape Verde Islands on November 17th. That town was plundered and burned, and on November 29th the fleet set sail across the Atlantic."

Obs: É possivel ver ou mesmo imprimir, em alta resolução, a imagem abaixo, a partir daqui.

4.8.08

2 Poemas de Arménio Vieira

Quiproquó
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Há uma torneira sempre a dar horas
há um relógio a pingar no lavabos
há um candelabro que morde na isca
há um descalabro de peixe no tecto
.
Há um boticário pronto para a guerra
há um soldado vendendo remédios
há um veneno (tão mau) que não mata
há um antídoto para o suicído de um poeta
.
Senhor, Senhor, que digo eu (?)
que ando vestido pelo avesso
e furto chapéu e roubo sapatos
e sigo descalço e vou descoberto.
.
A.V.
.
Derivações
.
Heliofante: filho de um deus
chamado Sol. Gosta do arco-íris
e do girassol. Quando fode,
é por foder. Nunca come.
Para quê? Basta um raio
para lhe carregar a pilha.
.
Helifante: tem um hélice na cauda,
e caso quisesse poderia voar.
Mas não. Cada um é o que é:
o condor sente-se feliz lá em cima,
porém o sapo coaxa contente no charco.
.
Leofante: tem o seu quê de leão,
mas não quer ser rei. Às vezes
sente raiva e um nó na garganta.
Porém controla-se e vai embora.
.
Olifante: tem chifres enormes,
mas é mole de pila. Dão-lhe
com os pés as damas, mas ele
não se zanga, pois sabe
que o amor para durar
só pode ser o amor
de que falava Platão.
.
Polifonte: não tem pátria, por opção.
Tanto se lhe dá que faça sol
ou caia neve, nada o aquece
ou arrefece. Até gosta de Pasárgada,
que, entre outras coisas,
é o melhor sítio do mundo
para se andar de burro.
.
Plurifante, Mitofante, Necrofante,
Ornifante, Putifante, Androfante,
Fenolofante e assim por diante.
.
Elefante não, porque já existe.
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1.8.08

Cabo Verde de Marte - 2006

Info sobre 1ª Imagem e 2ª Imagem.

24.7.08

Vista do "Plateau" - 1920 e 1950

Postais de 1920 e 1950 da colecção particular de Nuno Levy
No site Arquipélagos.

22.7.08

Aos olhos dos outros...

Etiquette: Cape Verdeans stand close together when talking and are physically demonstrative, often touching and holding hands (men as well as women). Greetings are somewhat lengthy, and include shaking hands (or kissing for women), and inquiring about each other's health and family. This is usually done each time two people meet, even if it is more than once in the same day.
Marriage: Legal and church weddings are uncommon in Cape Verde. More often than not, a woman will simply sai di casa (leave her family's house) to move in with her boyfriend. This is often occasioned by the woman becoming pregnant. After four years of cohabitation, a relationship acquires the status of common-law marriage. While polygamy is not legal, it is customary for men (married or not) to be sleeping with several women at once.
Classes and Castes: (...) There is a small but growing middle class in the towns and cities and virtually no upper class. Those of higher socio-economic backgrounds tend to identify culturally with Europe and to think of themselves as more "European," often because they have spent time abroad.
"People, dressed in Western clothing, stand in front of a mural
depicting the importance of safe sex, another Western import."
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Fotografia e texto em everyculture.com
Eventual gargalhada triste por vossa conta.

18.7.08

O Zeppelin no Céu das Ilhas - Anos 30 do Séc. XX

Depois da pausa de três semanas atravesso uma a fase de “apetece-me acabar com o blog”. A melhor forma de dar a volta à questão é ir directamente ao assunto, neste caso, ao desenvolvimento do post sobre o Graf Zeppelin...
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Fotografia de Tuta Melo tirada em 1937. Imagem do fotolog do Djô Martins - Mindel na Coraçon - publicada em 29 de Dezembro de 2005. Clicar na data para visualizar melhor e ler outras informações.
Olhar para a imagem acima lembra-me uma cena do filme “Indiana Jones e a Última Cruzada” a bordo do Zeppelin. Passa-se mais ou menos na altura em que a foto tirada e a reconstituição, se bem me lembro, deixa antever muito glamour e paisagens magníficas. A primeira ligação entre a Europa e a América do Sul - Brasil, acontece em Maio de 1930 e é nessa época que o Graf Zeppelin sobrevoa as ilhas, largando mala postal na Praia. Se passou antes e/ou depois ou apenas uma única vez é algo a confirmar. A Wiki tem um bom resumo da história do dirigível. Entretanto... acredito, dada a escalada de preço do combustível, que no futuro (se calhar bem próximo) será possível tornar a fazer viagens em aeronaves do tipo. Quem sabe? Uma visão provável dos novos zeppelins aqui...

16.6.08

Pausa

... ao 150º post e por umas 3 semanas. Imagem daqui.

11.6.08

Constituição - O que significará o...

..
Artigo 49º
(Liberdade de aprender, de educar e de ensinar)
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1.Todos têm a liberdade de aprender, de educar e de ensinar.
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2.A liberdade de aprender, de educar e de ensinar compreende:
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O direito de frequentar estabelecimentos de ensino e de educação e de neles ensinar sem qualquer discriminação, nos termos da lei;
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Direito de escolher o ramo de ensino e a formação;
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A proibição de o Estado programar a educação e o ensino segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas; (...)?
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E porque estará inserido no
Título II - Direitos, Liberdades e Garantias
Capítulo I - Dos Direitos, Liberdades e Garantias Individuais?
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Consultar, on line, em Assembleia Nacional.

Graf Zeppelin - Pan-American Flight - 1930

... e o que tem a imagem de especial?

5.6.08

Santo Antão em 1911 e 1500

Segundo o site 1911encyclopedia.org - que se baseia em factos publicados pela Enciclopédia Britânica de 1911 - a ilha de Santo Antão, na altura, é habitada por uma população de 25 mil almas, situa-se "(...) at the extreme north-west of the archipelago, has an area of 265 sq. m. Its surface is very rugged and mountainous, abounding in volcanic craters, of which the chief is the Topoda Coroa (7300 ft.), also known as the Sugar-loaf. Mineral springs exist in many places. The island is the most picturesque, the healthiest, and, on its north-western slope, the best watered and most fertile of the archipelago. The south-eastern slope, shut out by lofty mountains from the fertilizing moisture of the trade-winds, has an entirely different appearance, black rocks, white pumice and red clay being its most characteristic features. Santo Antao produces large quantities of excellent coffee, besides sugar and fruit. It has several small ports, of which the chief are the sheltered and spacious Tarrafal Bay, on the south-west coast, and the more frequented Ponta do Sol, on the north-east, 8 m. from the capital, Ribeira Grande, a town of 4500 inhabitants. Cinchona is cultivated in the neighbourhood. In 1780 the slaves on Santo Antao were declared free, but this decree was not carried out. About the same time many white settlers, chiefly from the Canaries, entered the island, and introduced the cultivation of wheat."
Desculpem a ignorância... o teor última frase para mim é novidade. Suponho que o nome Tarrafal de Monte Trigo seja disso consequência. Gostava de encontrar, on line, mais dados sobre o assunto. A página de onde retirei a citação acima tem informações sobre Cabo Verde no geral e cada ilha em particular. A ler e constatar como eram descritas no princípio do século passado.
O mapa ao lado é Santo Antão, foi retidado daqui e tem a seguinte legenda: "A mais antiga representação conhecida, como das restantes ilhas de Cabo Verde, deve-se a Valentim Fernandes, o editor alemão radicado em Lisboa e que, por volta de 1500, embora nunca tenha estado em Cabo Verde, enviou para a Alemanha esses desenhos."

3.6.08

Carta da Ilha do Fogo - 1894

Escala - 1:100000 / Suporte: papel
Tamanho: 34,70x45,20 cm em folha de 45,30x55,60 cm
Outros dados sobre a publicação aqui e carta daqui.
Um esboço (?) do mesmo mapa neste endereço.
Na Enciclopédia Britânica de 1911 dados da ilha na época.

15.5.08

A Hidrobase da Calheta de São Martinho - 1927

Tinha prometido "sgrôvetar" o Fogo e Santo Antão mas o tempo anda curto. Entretanto, recebi do meu pai, via email, informações interessantes sobre a hidrobase que existiu na Calheta de São Martinho - Santiago e do acidente que aconteceu com um dos hidroaviões usadas na época, o CAMS 51... Não resisti! Segue-se o despacho da Panapress de 12 de Dezembro de 2003: “(…) Os Correios de Cabo Verde (CCV) lançaram (…) uma série de quatro selos alusivos ao 75º aniversário da base francesa de hidroaviões (hidrobase) na localidade da Calheta de São Martinho, nos arredores da capital cabo-verdiana (…). A hidrobase, construída em 1927 pela Companhia Geral da Aeropostal, funcionou durante algum tempo como local onde os hidroaviões saídos da França deixavam o correio que depois era transportado por navios para a América do Sul. Nesse período, em que acolheu a base de hidroaviões, Cabo Verde assumiu um papel de destaque na aviação comercial Europa-América do Sul via África, realçado recentemente por uma investigação publicada em edição bilingue, francês e português, realizada pelo jornalista Vladimir Monteiro, da agência cabo-verdiana de notícias, Inforpress. A escolha de Cabo Verde como escala visou encurtar a distância entre a Europa e a América do Sul. Ao optar por Cabo Verde em detrimento de Dakar, no Senegal, reduzia-se a distância em 130 quilómetros. Nessa altura o correio era transportado de hidroavião de Toulouse, França, com escala em S. Louis, Senegal, e chegava à Calheta de S. Martinho, Cabo Verde, onde era colocado a bordo de um antigo barco militar francês rumo ao Recife, Brasil. Para além da hidrobase, foi também construída na localidade de Calheta de S. Martinho uma estação de rádio de grande potência, que viria a revelar-se como o "principal pilar da segurança aérea no Atlântico Sul". Mesmo depois de desactivada a hidrobase, Cabo Verde continuou a ser importante para a Aeropostal, pois "são os faróis e as balizas destas ilhas, equipados com emissores-receptores", que vão guiar as suas aeronaves na travessia do Atlântico. Os quatro selos lançados pelos CCV incluem um mapa da linha aérea da Aeropostal, imagens parciais da hidrobase, um hidroavião CAMS- 51 e a imagem do tenente Paulin Paris, o primeiro piloto a efectuar a ligação entre Saint-Louis, no Senegal, e Calheta de São Martinho. (…)”
E no fim de uma outra página... O CAMS 51: "Hydravion de reconnaissance. Premier vol en janvier 1927. 1 seul exemplaire construit. (...) Il est testé à St Raphaël en 1926. En mars 1928 il est envoyé à St Louis du Sénégal, après quelques vols sur l'Atlantique il est détruit au cours d'un décollage par gros temps à Porto Praïa. Un second appareil désigné CAMS 51 GR n° 002, non armé apparaît en 1927 motorisé par des Gnôme Rhône Jupiter de 480 ch. il bat le 18 août 1927 avec le Lt de Vaisseau Paris comme pilote, le record mondial d'altitude pour hydravion. Transféré ensuite au Sénégal il est réformé en 1933. Aucune série du 51 ne verra le jour." Resta saber se o acidente com o CAMS 51 se deu realmente na Praia ou se se trata de um engano e tudo aconteceu na Calheta de São Martinho.
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A imagem do selo, foi retirada daqui. A pausa agora é a sério... até daqui a duas semanas!

14.5.08

Intervalo

Darkness is to space what silence is to sound, i.e., the interval.
Marshall McLuhan

8.5.08

As crónicas perdidas de Desiré Bonnafoux...

O autor de “Linhas Férreas em Cabo Verde”, artigo que coloquei no blog, em dois posts, em Julho de 2007, procura as crónicas perdidas de Desiré Bonnafaux... Em fins de Março passado, a propósito de um comentário pertinente num dos posts atrás mencionados, entrei em contacto com o Sr. Salomão Vieira e aproveitei para perguntar como seguia a pesquisa relativa ás Salinas de Pedra de Lume, na ilha do Sal. Divulgo - com devida autorização e na tentativa de encontrar alguma pista - a resposta que recebi...
“Consegui saber mais umas quantas coisas sobre a indústria do sal da ilha do dito, especialmente durante os primeiros vinte anos do séc. XX, mas depois do início das actividades da ‘Salins du Cap Vert’ em Pedra do Lume e da Companhia de Fomento em Santa Maria, especialmente a partir dos anos 30 já pouco mais pude saber.
Toda a minha pesquisa se orientava e orienta no sentido já agora de saber como evoluiu a indústria do sal e as actividades daquelas duas empresas a partir daí, e se houve ou não uma pequena locomotiva nas vias férreas da ilha do Sal. E também saber pormenores do teleférico instalado em Pedra Lume.
Um nome parece ser referência fundamental nesta pesquisa – o de Desiré Bonnafoux, que foi durante anos técnico e dirigente da ‘Salins’. Só que eu não consegui encontrar qualquer escrito deste senhor (e sei que os há) que nos fale das salinas. Tive inclusivé contactos com o Dr. Germano de Almeida que me forneceu algumas pistas, como o jornal “Dja de Sal”, onde haveria algumas crónicas de Desiré Bonnafoux, mas também não consegui chegar aceder a este jornal.”
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Lanço daqui o apelo... se por acaso alguém souber dar informações sobre onde ou como encontrar as crónicas perdidas ou exemplares do jornal “Dja de Sal”… Imagem daqui e um breve historial da ilha do Sal neste site.

5.5.08

2 anos...

2.5.08

Plan of Porto Praya - 1812

Mais um mapa... Este está no site do National Maritime Museum de Londres e permite, mediante o zoom, que a visualização do documento seja feita por segmentos, dando conhecer detalhes que normalmente escapam noutros exemplares que se encontram on line.
Title:
Plan of Porto Praya in the Island of St Jago. One of the Cape Verd Islands.
Historical Data:
The Cape Verde Islands were a Portuguese colony and had long been used as a staging post for slaving vessels. (...) a survey of the fortifications in 1812.
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Outras informações (edição, escala, etc)
A não perder: o Zom do Mapa

29.4.08

Contrastes: Klimt X Schiele

Quadros: A imagem do primeiro é de Gustav Klimt e a do segundo é de Egon Schiele. As ilações e outras descobertas é por vossa conta.

22.4.08

Ain't No Sunshine...

Ouvi esta musica há uns poucos dias na tv. Depois de tanto decreto apeteceu-me...

... is a song by Bill Withers from his 1971 album Just As I Am. (...)

17.4.08

O dia 29 de Abril de 1858 e as Villas de Mindello e Bissau

Conforme o prometido e porque são hoje duas cidades referência para mim - numa nasci e noutra vivi - ficam mais estes dois Decretos de 29 de Abril de 1858, que elevaram à categoria de Villas as povoações de Bissau, capital da Guiné, e Mindello, na ilha de São Vicente.
Na Wiki há uma página sobre o Desembarque no Mindelo que é um bom ponto de partida para mais pesquisas sobre o assunto... e já agora, o tal "Augusto Avô" referido no decreto "Mindello" é o Rei D. Pedro, o IV de Portugal e I Imperador do Brasil.

No entanto "Bolama foi elevada à categoria de cidade em 1913 e foi a capital da antiga Guiné Portuguesa até 1941. Em 1942 a capital muda de Bolama para Bissau, que já então era, de facto, a “capital económica” da Guiné." Citação (e síntese da história da Guiné-Bissau) aqui.

15.4.08

A Cidade da Praia, a Abolição da Escravatura e o dia 29 de Abril de 1858

... e porque nos próximos dias muito se vai falar muito do dia 29 de Abril de 1858, dos 150 anos desta Cidade e dos factos históricos que lhe deram origem, queria chamar a atenção para outros assuntos, ligados ao mesmo dia, que talvez não sejam tão conhecidos.

A data da passagem da Villa da Praia a Cidade estará sempre ligada um outro marco importante… o dia em que "o estado de escravidão (ficou) inteiramente abolido, em todas as Províncias Portuguezas do Ultramar, sem excepção alguma" ainda que a entrada em vigor estivesse prevista para o "dia em que se (completassem) vinte annos, contados da data (do) Decreto" ou seja, em 29 de Abril de 1878. Assinaram o Rei e o Visconde de Sá da Bandeira. Mas qual a razão de uma vacatio legis de vinte anos? Os custos para a Fazenda Pública. É que, conforme se pode ler no documento, passados vinte anos, o numero de escravos ter-se-ia reduzido de tal forma, que as indemnizações a serem pagas aos legítimos senhores poderiam ser "satisfeitas com uma quantia moderada(!)".
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O dia 29 de Abril de 1858 teve outros acontecimentos que, a meu ver, são interessantes... duas povoações subiram à categoria de Villa - Bissau e Mindelo - e D. Pedro V, o Rei que assinou esses mesmos os decretos, casou-se, ainda que por procuração... mas isso já é matéria para o próximo post.
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Para ler o documento da "abolição" na íntegra clicar nas imagens que ilustram o post. Um pequeno resumo sobre o processo em Portugal aqui e em Slavery - a Time Line estão as datas mais marcantes relativas à abolição da escravatura na Europa e América. Os meus agradecimentos ao Prof. GC de DT por ter facultado os decretos que mencionei e que também podem ser consultados no nosso Arquivo Histórico.

9.4.08

A Cidade da Praia e os seus 150 Anos

Mais informações brevemente...

4.4.08

Rádio Praia - CR4AA

"A história da radiodifusão cabo-verdiana começa oficialmente em 1945, com a “Rádio Clube de Cabo Verde”, popularmente denominada “Rádio Praia”. Criada pelo alvará nº2/1945, teria emissões diárias entre as 18h30 e as 20 horas, com uma programação variada (divulgada diariamente nos jornais), que incluía música nacional e estrangeira, palestras, serviços noticiosos (no início e final da emissão), além de programas de humor e uma revista feminina. Além da parte radiofónica funcionou ainda como clube recreativo, onde os sócios organizavam bailes e récitas. A partir de 1950, é declarada corporação de utilidade pública pelo governo da colónia e começa organizar concursos musicais por onde passaram muitos conhecidos intérpretes e conjuntos da capital, sendo destaque constante do periódico “ Boletim de Propaganda e Informação”.
Em 1954, altura em que Jaime de Figueiredo assume a sua direcção, as instalações da rádio passaram para o primeiro andar do edifício então construído para sede da SAGA (Sociedade de Abastecimento de Géneros Alimentícios), na praça Alexandre Alburquerque. Após a independência foi absorvida pela então criada RNCV – Rádio Nacional de Cabo Verde, que funcionou no mesmo edifício até á criação do actual edifício que alberga a RTC – Rádio Televisão Cabo-verdiana. " Por Glaucia Nogueira.
Ler o artigo na totalidade na página da RTC. Imagens daqui.
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Ainda sobre o assunto recomendo: Os primeiros rádio-amadores de Cabo Verde e Hilário Brito - CR4AD, ambos do blog O outro lado do Eu, bem como os comentários a este post.

1.4.08

Historia de la Noche

A lo largo de sus generaciones los hombres erigieron la noche. En el principio era ceguera y sueño y espinas que laceran el pie desnudo y temor de los lobos. Nunca sabremos quién forjó la palabra para el intervalo de la sombra que divide los dos crepúsculos; nunca sabremos en qué siglo fue cifra del espacio de las estrellas. Otros engendraron el mito. La hicieron madre de las Parcas tranquilas que tejen el destino y le sacrificaban ovejas negras y el gallo que perseguía su fin. Doce casas le dieron los caldeos; infinitos mundos, el Pórtico. Hexámetros latinos la modelaron y el terror de Pascal. Luis de León vio en ella la patria de su alma estremecida. Ahora la sentimos inagotable como un antiguo vino y nadie puede contemplarla sin vértigo y el tiempo la ha cargado de eternidad.
Y pensar que no existiría sin esos tenues instrumentos, los ojos.

26.3.08

Ainda do Jardim das Hespérides e do Lagarto Gigante que afinal só media 17 cm...

Muitos mitos povoam e povoaram estas ilhas... um dos mais cómicos terá sido aquele que foi apelidado por Estela Guedes, Directora do TriploV, como a maior fraude da Zoologia. O fabuloso Lagarto Gigante, o Macroscincus coctei ou o Lagarto da Atlântida. O réptil começou por medir um metro e meio e, ao longo dos anos acabou nuns meros 17 cm! Dados daqui.
No
último post... viu-se como no princípio do século passado os poetas destas ilhas evocavam o mito hesperitano, algo muito próprio do espírito da época e, se calhar, podem ter ido buscar motivos à zoologia.
É que dizia-se então que o Lagarto Gigante destas ilhas (supostamente habitante do Raso, do Branco e Santa Luzia) era o último sobrevivente do que foi outrora a Atlântida. Grandes homens da ciência da altura foram ao ponto de afirmar que o dito só se alimentava de maças - lembram-se daquelas que o dragão do mito do Jardim das Hespérides guardava? - ainda que nestas ilhas só houvesse gramíneas.
Baltasar Osório (dizia que o lagarto) se alimentava de toda a espécie de frutos polposos. Peracca (que afirmou ter trabalhado com 40 desses lagartos muitos deles vivos) foi peremptório: o alimento preferido do Macroscincus coctei eram as maçãs.”! (Dados e citações daqui).
Segundo registos, figuras das ilhas e não só, como Francisco Newton, procuraram pelos lagartos, chegando a enviar inúmeros exemplares para Lisboa e Paris. - A carta ao lado, de F. Frederico Hoppfer a Barbosa du Bocage, dá conta do envio de 2 remessas de repteis, sendo a primeira do ilhéu Branco e a segunda do Branco - Contudo, parece que os últimos exemplares, confinados que estavam ao ilheu Raso, vieram a desaparecer, quando
uns pescadores de Santo Antão, em 1915, soltaram por lá cães... De modo que até hoje nem fumo nem mandado e nem ossos do Lagarto Gigante.
Este post e antepenúltimo foram baseados no imenso material escrito por Estela Guedes, disponivel nos diversos links do index do TriploV - CaboVerde
e são assuntos que devem ser desenvolvidos por quem esta mais capacitado. O que é certo é que é estória do Lagarto Gigante é das mais engraçadas e mirabolantes que já li. Fica o convite para visitarem o site, tirarem as vossas conclusões e corrigir algum erro meu. Imagens: aqui e aqui.
Entretanto... sobre este mesmo assunto gostaria de convida-los a ler o post intitulado "Maior fraude da Zoologia, ou a superficialidade da má-fé" do Professor Jorge Sousa Brito, autor do blog O outro lado do Eu. Afinal parece que que a estória, se a houve, pode não ter sido bem assim...

15.3.08

Estas iIhas e o Mito Hesperitano

No seguimento do último parágrafo do post anterior recomendo o artigo de Ricardo Riso intitulado: Mito Hesperitano, Pasargadismo, Insularidade: momentos de construção da poesia cabo-verdiana no século XX. Destaco... "No início do século XX, os poetas tentam criar uma história, um passado para o arquipélago diferenciando-o do português colonizador, o pai, e que valorizasse a mãe-terra crioula, a mátria. Entretanto, os escritores ainda recorrem a referências européias na busca de um passado heróico para sua pátria e, assim, chegam ao mito hesperitano. As origens do mito são descritas por Simone Caputo: Aqui pontuamos um topos interessante do percurso de busca de identidade crioula: o recurso ao mito arsanário ou hesperitano como origem (associado à idéia de pátria). As obras de José Lopes e de Pedro Cardoso, já nos seus títulos (Hesperitanas, 1928, e Hespérides, 1929; Jardim das Hespérides, 1926, e Hespéridas, 1930, respectivamente) interpretam a origem como: ilhas do velho Hespério – pai das Hespéridas – que abrigavam jardins repletos de pomos de oiro, guardados pelo dragão de cem cabeças, morto por Hércules. As “ilhas perdidas no meio do mar”, destacadas por Jorge Barbosa em seu antológico Arquipélago, 1935, já eram identificadas por Camões, em Os lusíadas (canto V, VII, VIII, IX) como Cabo Verde (Cabo Arsinário ou Estrabão)." - Imagem daqui e fotografia da Caboindex

6.3.08

O pedido feito em 1900 para o então jovem José Lopes da Silva

Meu E.mo Chefe, amigo e Mestre, Conselheiro Bocage
Venho perante V.ª Ex.ª expor-lhe o seguinte:
Ha n’esta provincia um rapaz que me tem dispensado um verdadeiro affecto d’ irmão e que me tem chegado muita vez a consolar e auxiliar nas minhas lides scientificas.
Esse homem, digno da protecção de V.ª Ex.ª, tem o nome José Lopes da Silva, exerce na ilha de S.to Antão o cargo de professor regio da aula de 2ª classe na villa da Ribeira Grande. É preciso dar uma recompensa a esse cavalheiro. Lembrei-me d’um cargo para elle e vou dizel-o a V.ª Ex.ª rogando-lhe a fineza de se empenhar o mais que puder para me collocar bem o rapaz.
Está dito que é professor regio, e aonde. Ganha só 30$000 rs. Ora, ha n’esta provincia o cargo d’Inspector d’Instrucção publica, cargo que ninguem exerce. Pois eu quero que o Lopes seja nomeado - mas permanentemente - Inspector d’Instrucção primaria, com o vencimento mensal de 60$000 rs. Não é muito e o cargo é mister.
Assim ficava elle desligado do Magisterio; mas, se isto fôr difficil de fazer-se, o que não me parece, então eu pedia para que o meu protegido e bom amigo fôsse nomeado - cargo permanente - professor regio inspector, continuando elle a reger a cadeira que rege, dando-se-lhe mais 30$000 rs por mez para prefazer os taes 60$000 rs.
Assim ficava mui bem definido o cargo d’inspector primario, que ninguem aqui exerce. Creia V.ªEx.ª que é preciso fazermos bem a esse homem, a quem na minha vida d’explorador tenho devido aqui o affecto d’ irmão e em cuja casa, por signal, me acho agora hospedado. Elle tem a maxima competencia e de mais é casado e tem filhos. (...)
Annexar-lhe como professor o cargo de inspector (só d’instrucção primaria) e dar-lhe por mez mais 30$000 réis.

É um acto de justiça. Estimarei que V.ªEx.ª tenha passado bem e apresento-lhe os protestos da minha maior estima, admiração e respeito, rogando-lhe que me responda, o que desde já agradeço.
Creia-me V.ª Ex.ª
Amigo, admirador, e att.t creado
Ilha de S.to Antão de Cabo Verde
13 - agosto - 1900
Francisco Newton
Naturalista do Governo
Obs: Clicar na frase para saber...
Carta retirada daqui.
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Obs: "Esse guia caboverdiano, que Newton trata por rapaz, dizendo que o acolhera como irmão, veio a ser vice-cônsul do Brasil em Cabo Verde, presidente da Câmara, laureado pela Academia Francesa das Letras, etc.. É o poeta José Lopes da Silva, autor de livros como Hesperitanas e Jardim das Hespérides. (...)". Daqui.

5.3.08

Nosferatu de Murnau (1922) - "Tralha"

"An iconic film of the German expressionist cinema, and one of the most famous of all silent movies, F. W. Murnau’s Nosferatu: A Symphony of Horror continues to haunt — and, indeed, terrify — modern audiences with the unshakable power of its images. By teasing a host of occult atmospherics out of dilapidated set-pieces and innocuous real-world locations alike, Murnau captured on celluloid the deeply-rooted elements of a waking nightmare, and launched the signature “Murnau-style” that would change cinema history forever. (...)" - Mais aqui.

3.3.08

As Linhas de Força e os Tesouros do Youtube

Encontrei novamente a fotografia que ilustra o post intitulado “O Significado do Peixe”. Informo que o autor é Pedro Loureiro e por este pequeno texto subentendi que a fotografia foi tirada em 2005 na Baia das Gatas – São Vicente.
A imagem fez-me regressar no tempo mais uma vez. Vi-me lá no fundo da sala de Teoria do Design a ouvir Setôr Sardinha a falar da importância das linhas de força de uma fotografia e de como se deve tirar partido delas para vincar melhor o sentimento/ideia do que se pretende retratar...
Na altura, há uns 20 anos, frequentava a António Arroio e nos estudos, a aprendizagem e a pesquisa eram feitas nos moldes de então, nada de internet, DVD's, câmaras digitais, etc. Por exemplo... os grandes clássicos dos primórdios do cinema eram analisados à luz do que os Setôres nos falavam, em manuais, criticas, fotogramas ou, muito esporadicamente, através de gravações em VHS. Foi assim que nomes como Fritz Lang, Eisenstein, Murnau, Griffith, Bunuel, o incrível Méliès, passaram a ser meus conhecidos sem, muitas vezes, ter visto um filme deles, por mais hilário ou surreal que possa parecer agora. Logo, foi um
grande prazer "descobrir”, há tempos, todos esses tesouros acessíveis no Youtube. Metropolis, O Couraçado Potemkin, Ivan o Terrivel, Nosferatu, M Matou, Birth of a Nation, Un Chien Andalou, Le voyage dans la lune e muitos mais. Só posso deixar o convite. Hoje em dia, com a net, só não aprende quem não quer.

27.2.08

USS Saratoga no Porto Praya em 1843 e mais...

Ainda na linha dos posts anteriores, e porque é sempre interessante ler o que outros escrevem sobre estas ilhas, fica o início de um artigo, enviado pela minha amiga Gilda, de J. Peter Pham, Ph.D., intitulado "Cape Verde: A Rare African Success".
"On July 22, 1843, the 22-gun first class sloop-of-war USS Saratoga sailed into Porto Praya (modern-day Praia), the chief town in what was then the Portuguese-held Cape Verde Islands. Under the command of the 49-year-old Captain Matthew Calbraith Perry, the Saratoga was one of four ships (...) which constituted America’s first-ever standing military commitment to Africa, the United States Navy’s Africa Squadron. Under the provisions of the Webster-Ashburton Treaty, ratified one year earlier, the United States committed itself to maintaining a naval presence with an aggregate of at least 80 guns off the coast of Africa to help enforce the international ban on the transatlantic slave trade against American-flagged vessels. Acting under orders from Secretary of the Navy (...) Perry, the squadron’s flag officer, negotiated with the colonial authorities and established what would, for the next two decades, be the Navy’s only permanent squadron. Thus began America’s relations with what eventually emerged as quite an exceptional African nation, the Republic of Cape Verde. (...)".
Imagem do USS Saratoga retirada da Wikipedia/USS Saratoga/1842.
O artigo, de 2008, continua, fazendo um breve resumo da história de Cabo Verde e uma análise aprofundada à estratégia político-económica do país na actualidade. Vale a pena "perder" uns minutos e ler.

11.2.08

A Batalha Naval do Porto da Praia

"The Battle of Porto Praya was a naval battle which took place during the American Revolutionary War on April 16, 1781 between a British squadron under Commodore George Johnstone and a French squadron under the Bailli de Suffren. Both squadrons were en route to the Cape of Good Hope, the British to take it from the Dutch, the French aiming to help defend it and French possessions in the Indian Ocean. The British convoy and its escorting squadron had anchored at Porto Praya in the Cape Verde Islands to take on water, when the French squadron arrived and attacked them at anchor. Tactically the battle was a British victory, since some of the French ships were not ready for action, forcing Suffren to withdraw. Strategically however, the French had won the day. Suffren beat Johnstone to the Cape and managed to warn the Dutch, before continuing on his journey to the Ile de France (now Mauritius)." Na Wikipedia. E aqui a gravura acima (a preto e branco e numa escala maior) com a seguinte legenda: Combat Naval de la Praya 16 Avril 1781. Galrie Histque de Versailles.
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Num outro site, e sobre a mesma batalha, há mais dados...
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Le combat de La Praya - Tableau du marquis de Rossel
"Un raid à La Praya: En 1781, le bailli de Suffren recevait le commandement d'une division chargée de transporter des troupes au cap de Bonne-Espérance et composée de: 1 frégate, 1 corvette et 5 vaisseaux (2 de 74, le Héros, avec Suffren, et l'Annibal) et 3 de 64 canons. Aux îles du Cap-Vert, le vaisseau de 64 l'Artésien, contraint de faire aiguade, partit en reconnaissance et aperçut une flotte anglaise ; il dénombra 4 vaisseaux, 4 frégates, 10 vaisseaux (armés) de la Compagnie des Indes, ainsi que 16 transports.
(...) Ce fut un raid violent et les Anglais subirent des avaries telles que Suffren leur échappa et parvint avant eux au Cap, où il put débarquer les troupes destinées à la défense de la colonie. Quinze jours plus tard, les Anglais étaient en vue, mais il leur fallut renoncer à débarquer ; l'audace de Suffren avait été payante."

4.2.08

Eye of the Beholder

There are various eyes.

Even the Sphinx has eyes:

and as a result there are various "truths,"

and as a result there is no truth.

Friedrich Nietzsche
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1.2.08

E no Mindelo... o Carnaval!

Préparatifs du Carnaval (défilé: 5 février 2008)
Les Mandingues sont chargés de frayer un chemin aux danseurs
parmi les spectateurs: gare aux tâches sur les vêtements...
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Fotografia e Legenda de Mix.Dax em Mindelo.Info
aqui reproduzidas com a devida vénia.

30.1.08

Praya em 1793

Ao longo de séculos muitas foram as expedições que passaram por estas ilhas. Uma delas deu origem ao livro A Voyage to Chochinchina, editado em 1806, e escrito por John Barrow (1764-1848). Nele estão relatados os pormenores da viagem efectuada entre 1792 e 1793, com capítulos dedicados aos locais onde aportaram e logo a St. Jago (paginas 57 a 71). É triste ler a forma como ele descreve o cenário que encontra na "city, as it is unworthily called, Praya". Miséria, doença, fome, seca e sobretudo abandono (paginas 65 e ss). Foi preciso muita tenacidade para ainda aqui estarmos... O livro encontra-se inteiramente digitalizado e está acessível através do site da Biblioteca Nacional Digital portuguesa. A imagem abaixo, consta da mesma publicação e dá uma visão extraordinária da paisagem nesse tempo.
Clicar no título do post para visualizar melhor.
Esta mesma gravura, numa reimpressão actual, encontra-se à venda na net por 90 USD (com moldura!). Muitos outros exemplos tenho encontrado nos meus "sgrôvets" on line... documentos acessíveis a quem os queira adquirir, sejam eles originais certificados ou cópias de qualidade. Acredito que, com um orçamento razoável, se poderia comprar muita coisa para o acervo deste país. Quanto mais não fosse... para fazer exposições em que crianças e adultos pudessem apreciar algo mais que projectos virtuais e em papel. Fica a divagação e a esperança...