Arrastou consigo a Lua glacial. Ambas
A melodia magnética
que o maestro rei emana.
E nós aqui à procura do sentido
calçar os sapatinhos vermelhos.
conto ou a bailarina conformada da caixa.
...
Bailemos então. Sol? Música!
Meu Cabo Verde. História e Estórias. Minhas raízes, família e recordações. A Guiné. Pensamentos e Imagens. Sem ordem cronológica.
“O livro (…) é um relato histórico completo da viagem pioneira de circunavegação empreendida pelo navegador português Fernão de Magalhães e sua frota de cinco navios e 450 homens: a chamada Armada das Molucas. A expedição – uma das maiores e mais bem equipadas da Era dos Descobrimentos – partiu em 1519 de Sevilha, na Espanha, com o propósito de descobrir uma nova rota marítima para as ilhas das Especiarias, na Indonésia, onde existia em abundância o cravo-da-índia, a pimenta e a noz-moscada, todas de grande valor na época.” (clicar no titulo do livro/link para saber um pouco mais.)
O Nando embarcado sabe-se lá onde. Os meus irmãos espalhados em tudo o que é fim de mundo. A onça… é preciso ver se os meninos estão cá dentro… a onça que quase leva o Canelito. Bendito cachorro... e ele ainda a gritar pelo pobre do bicho... sozinho em frente da casa. Isto é o fim do mundo. Irã… que me vale Deus aqui. Irã Cego! O guardião da casa que engole os ovos das galinhas é quem nos protege. E a minha terra lá tão longe. O vento… que falta faz o vento Mãe. Banho… aquele banho semanal que nos davas com a água que trazias de casa d’inglês. Anselmo… é preciso ir ao poço…. A onça que deve andar á caça… E ele que não chega metido nesse mato sem ninguém. Como foi… ah… Dava tudo para sentir aquele cheiro de colónia inglesa do Nana... Cheiro nauseabundo com que ele chega… Meu Nana… como fui acabar tudo com ele. Lembranças não levam a nada e o que foi foi… deve ser do calor, estás a enlouquecer Vinda. Valha-me a cobra para nos proteger e…Hotel Sôdade – Capo Verde é o nome dado um conjunto de 44 fotografias tiradas nestas ilhas entre 1999 e 2003. O autor, Filippo Romano, é dono de um portfolio inquietante. Nas fotos feitas cá encontrei pessoas reais em situações quotidianas. O dia e a noite são vistos de forma crua, sem idealismos… Muito diferente das imagens de Cabo Verde e suas gentes com que normalmente me deparo na net. Procurar em www.tangophoto.net/members/fromano.
que dizia? Era uma interrogação meio perturbadora e em tudo semelhante à que eu lia no "olhar da menina do Maio". Daria uma boa legenda para a imagem (da qual eu perdi o link - as minhas desculpas ao fotógrafo). Já tinha até escrito algo e em em baixo a observação “inspirado na frase de um quadro de Manuel Figueira” quando resolvo procurar dados sobre o pintor para pôr como link. Encontrei um site com informações sobre o percurso de Manuel Figueira, encontrarei o tal quadro (!!) e muitos outros. Descubram vocês também... mais não teclo (mesmo porque este deve ser o texto mais doido que já postei).
“Operação Félix” foi o nome dado à directiva dirigida aos oficiais de topo do Führer e na qual estavam delineadas as orientações para a invasão e conquista do Estreito de Gibraltar e, consequentemente, a tomada das ilhas Canárias e Cabo Verde. Datada de 12 de Novembro de 1940, contudo nunca foi concretizada, em parte porque Espanha se recusou a juntar ao Áxis (aliança formada pela Alemanha Nazi, Itália Fascista, Império do Japão). Na altura, a Espanha saía de uma terrível guerra civil (1936-39), estando o país devastado e muitas cidades transformadas em ruínas. Lendo a Directiva nº 18 compreendemos a importância geo-estratégica das ilhas atlânticas para os Ingleses e a Alemanha. No documento assinado pelo próprio Hitler, os seus oficiais são informados que “medidas politicas foram tomadas para persuadir a Espanha a entrar rapidamente na guerra (…) sendo o objectivo principal da intervenção da Alemanha na Península Ibérica (nome de código Félix) correr com os ingleses do Mediterrâneo Ocidental.” (tradução livre). Os planos para a invasão de Gibraltar são traçados (batalhas navais, campais e aéreas) e com o sucesso da operação, dá as seguintes indicações: “As ilhas Atlânticas (particularmente as Canárias e Cabo Verde) ganharão, com o resultado da operação Gibraltar, uma importância acrescida para a boa performance dos Ingleses no mar e também para as nossas operações navais. Os Altos Comandantes da Marinha e da “Luftwaffe” (aviação) deverão estudar, como defesa das Canárias a Espanha e como as ilhas de Cabo Verde poderão ser ocupadas. (…) Por motivos de segurança, medidas especiais devem ser tomadas para limitar o acesso do número de pessoas trabalhando nestes planos. Isso aplica-se particularmente (…) aos planos relacionados com as ilhas atlânticas.” (tradução livre). Assina Adolf Hitler.
escritora, de história e fãs incondicionais de Zorro (a raposa) e suas aventuras, recomendo. Agora, que me desculpem pirataria, mas não resisti a copiar um pouco da pagina 310 do livro… é a parte que toca a Cabo Verde. Passa-se em 1815 e vamos encontrar Diego de la Vega, Zorro, a caminho da América, Baja Califórnia, depois de ter passado cinco anos em Espanha, consolidando a sua educação de futuro Don.
Acreditem ou não, só reparei que as duas imagens eram iguais depois de as colocar uma em cima da outra. Contudo, a primeira é um desenho a tinta (fabuloso tom de sépia que ganhou com os anos) e a segunda é uma gravura (detalhes mais claros) feita a partir do desenho. A autoria é atribuída a Charles Wilkes e a data é 1838.
Um riso puro de hiena…uma gargalhada louca que se elevou no ar e pairou sobre a casa. Calou-se quando a acudiram e esteve assim, muda, apática até ao fim da tarde. Só tornaram a ouvi-la quando o empregado regressou do mato, trazendo dentro de um saco de farinha a carcaça do bicho que lhe tinha mordido o filho. Disse quem ouviu, que rosnou o mesmo rosnar de cão e só depois conseguiu chorar a dor...
caboverdianos anónimos que emigraram para os Estados Unidos, no principio do século passado, e que, trabalhando em condições sub humanas, ajudaram a construir, com a força das mãos, as plantações de arando* (cranberry). Uma narração tocante sobre a vida de pessoas que, apesar de chamarem a Cabo Verde “old coutry”, mantiveram as suas raízes e ajudaram familiares nas ilhas mesmo debaixo de muitas dificuldades. Uma lição do passado de quem, em terra estranha celebrou o “Mastro de St. Johns”, “Canta Reis”, mas ainda assim, sobreviveu e integrou-se.
Effie M. Morrisey, é lançado ao mar no dia 1 Fevereiro de 1894. Foi dos últimos veleiros a levar emigrantes para a América, já sob o nome de Ernestinana e é oferecido aos Estados Unidos por Cabo Verde em 1982. Um veleiro cheio de historia e estórias a descobrir e que antes de ser comprado por Henrique Mendes, desempenhou o seu papel na II grande guerra, esteve ao serviço da Smithsonian em missão expedicionária, quebrou recordes de velocidade e efectuou viagens de exploração ao ártico. Quando se tornou Ernestina, em 1947, fez ligações regulares entre Cabo Verde e os Estados Unidos até 1965, ano em que passou a navegar somente entre as ilhas. O resto, a saga dos que comandaram e viajaram nele, deixo à vossa descoberta. Um site magnifico, completo e com fotografias fabulosas.
… e tudo funciona! Os candeeiros têm tido uso nestes últimos dois meses (ai Electra!) e há uns tempos atrás, comi um arroz malandro excelente que o Cumpad Tito preparou no fogão Primo.
com origem de Marrocos, instalou-se entre 1850 e 1880. Por último a história da colocação dos cabos submarinos no atlântico norte e sul e o papel que a pequena estação telegráfica de “St Vincent” teve. Vale mesmo a pena descobrir…!
No século XIX já creolo despertava interesse. A imagem ao lado é a capa de um livro publicado em 1881. É interessante descobrir que na altura se sabia da existência das diversas variantes espalhadas pela “Africa, Ásia e América”. Fica um pequeno excerto, muito actual, em termos de sotaque e malcriadeza. “ (...) Duco era un préso que staba na calabôs; ê entendê mê câ stába là sábe, ê fugi êle cû dôs companheros; ô stâ riba cháda; tâ mátâ cábra, tâ forçâ mujéres, tâ fazê tudo casta di poaca borgonha. (...)". 
Hoje (e em futuros posts) vou tentar contar a história e as muitas estórias de Marcelino Manoel da Graça. Um homem que nasceu nestas ilhas, emigrou para os Estados Unidos e aí criou o seu “American Dream”. Uma figura fantástica!
São Vicente - Amanhecer na Ponta do Farol da Baía de São Pedro - Abril de 2006
As ondas do meu mar são douradas e a espuma é doce como o mel.
No meu mar há planaltos e vales que são montados de sombra e de luz.
Nele existem aromas mornos e risos húmidos que me embalam
Enquanto as suas marés, sem ciclos e luas, invadem as minhas praias.